Quem é José Genoino

Os mortos do comunismo

Adendo de 24 de novembro de 2013

Título: genoíno, o herói de barro – Depoimento do Cel Res que Capturou ”
Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=3E-cW4gefn4&feature=share
Acesso em: 23/12/13

O vídeo acima contém a mensagem do Coronel Lício Augusto Maciel, autor do texto publicado nesta página do meu blog e foi disponibilizado através da página OCC – Organização de Combate à Corrupção
Disponível em: https://www.facebook.com/organizacaodecombateacorrupcao?ref=stream&hc_location=stream
Acesso em: 23 nov 2013

Publicado em 20/01/2013
Sessão Solene em homenagem aos militares que morreram na guerrilha do Araguaia. Pronunciamento do militar, hoje Coronel, Lício Augusto, da reserva do EB – que capturou Genoíno – recém empossado na Câmara de Deputados, narra sobre a “bravura” do Geraldo, cognome que o guerrilheiro/mensaleiro usava na sua carreira de terrorista..

Segue o texto original desta página, com a transcrição de parte do discurso do Coronel.

O relato a seguir faz parte do discurso de improviso proferido pelo Coronel Lício Augusto Maciel, na Câmara dos Deputados, em 26 de junho de 2005, em sessão solene aos combatentes mortos no Araguaia.

Está sendo reproduzido como lembrete de um passado negro que o Brasil viveu e que estão lutando para trazer de volta com a máscara do heroísmo.

Alguns que se apiedem de ver um senhor, doente, meio esclerosado, usando uma toalha como capa, como se fora algum lamentável super herói de um manicômio estatal, sendo levado para a cadeia por roubo aos cofres públicos, talvez desconheçam a história desse senhor. Quem ele é e porque crimes deveria ter sido julgado e condenado ao invés da tentativa de idolatrá-lo como mártir da democracia.

Como dizia uma senhora que conheci. “Os canalhas também envelhecem!”

Segue o relato:

Disponível em: http://montedo.blogspot.com.br/2012/11/araguaia-genoino-aquele-rapaz-foi.html
Acesso em: 17 novembro 2013

Por que eu descobri que o Genoíno era guerrilheiro ?
Ele se dizia Geraldo e se dizia morador da área (claro, elemento na área, suspeito, eu mandei deter). Mesmo algemado e com tudo nas costas, uma mochila pesada e grande, ele fugiu. O Cabo Marra deu três tiros de advertência, e ele parou. Mas não parou por causa da advertência, parou porque se emaranhou no cipoal e o pessoal conseguiu pegá-lo.

Eu perguntei: “Por que você está fugindo? Nós apenas estamos querendo conversar com você. Para você não fugir, vamos ter de algemá-lo”.

“Eu sou morador” – disse ele.

Deixei o pessoal especializado em inquirição conversar com o Genoíno – até então Geraldo. O Cid conversou bastante tempo com o Genoíno e, afinal, veio a mim e disse: “Comandante, não tem nada, não”.

“Está bem” – respondi. Como eu já estava há muito tempo no mato e já tinha decidido levar esse Geraldo para Xambioá, peguei a mochila dele.
Quero também ressaltar que havia um elemento na minha equipe – já falecido – especialista em falar com o pessoal da área; um elemento excepcionalmente bondoso, ao qual presto minhas homenagens. O João Pedro, apelidado por nós de Jota Peter, ou Javali Solitário – onde estiver estará me escutando. João Pedro era quem falava com o matuto, com o pessoal da área. Eu, na minha linguagem urbana, não era entendido nem entendia o que eles falavam. Pois bem, o Javali veio a mim e disse: “Ele não tem nada. É morador da área”.

Como homem de selva que era, peguei a mochila do Geraldo e comecei a abri-la. Tirei pulôver, rede e um bocado de “bagulho” da mochila do Geraldo, até encontrar um tubo de remédio no fundo da mochila. Ao pegar aquele tubo e olhar para o Genoíno, vi que ele estava lívido, pálido. Lembro-me que ainda lhe disse: “Companheiro, fique tranqüilo porque nós não vamos fazer nada com você; você é morador da área”. E abri o tubo…

Lá encontrei material típico de sobrevivência – linha de pesca fina, anzóis. Como eu havia feito um curso e só sabia teoricamente sobre o assunto, interessei-me por aquele exemplo prático, em um local de difícil acesso na selva amazônica. À medida que eu ia puxando aquelas linhas, o Genoíno – aliás, o Geraldo – ia ficando mais desesperado. E quando eu esvaziei o tubo, olhei para ele… estava branco como cera.

Quando eu olhei para ele [Genoíno]e disse: “Você não tem mais alternativa
porque aqui está a mensagem”, ele disse: “Eu falo”.

Foi quando, lá no fundo do tubo, vi um papel pautado, dessas cadernetas em que todo dono de bodega na área anotava as suas vendas. Cortei uma talisca do meu lado, puxei o papel e lá estava a mensagem do Comandante do Grupamento B, da Gameleira, o Osvaldão, para o Comandante do Grupamento C, Antônio da Dina. Estava lá a mensagem que o Genoíno transportava para o Antônio da Dina. Era uma mensagem tão curta que ele, como bom escoteiro que era, poderia ter decorado, pois até hoje, mais de 30 anos passados, eu me lembro do que ela dizia. Era uma dúzia de palavras em linguajar militar, de próprio punho do Osvaldão, o Comandante do Grupamento B da Gameleira, o grupamento mais perigoso da guerrilha, como constatamos no desenrolar das lutas.

Aliás, esse foi o grupo que matou o primeiro militar na área. Antes de qualquer pessoa morrer, o grupo do Osvaldão matou o Cabo Rosa, Odílio Cruz Rosa. Depois do Cabo Rosa eles mataram mais 2 sargentos e fizeram muito mal aos militares, que nada sabiam até então. Só quem sabia era o pessoal de informações.

Bem, prosseguindo. O Genoino foi mandado para Xambioá. A essa altura ele deixou de ser suspeito e disse tudo sobre a área. Quando eu olhei para ele e disse: “Você não tem mais alternativa porque aqui está a mensagem”, ele disse: “Eu falo”.

Genoíno, olhe no meu olho, você está me vendo. Eu prendi você na mata e não toquei num fio de cabelo seu. Não lhe demos uma facãozada, não lhe demos uma bolacha – coisa de que me arrependo hoje.

Um elemento da minha equipe, fumador inveterado, abriu um pacote de cigarros, aproveitou aquele papel branco do verso, pegou um toco de lápis, não sei de onde, e o João Pedro começou a anotar o que o Genoino falava. Fui até um córrego próximo beber um pouco d’água. Voltei e o papel estava cheio, com toda a composição da Guerrilha – nomes, locais, Grupamento C, ao sul; Grupamento B, da Gameleira, perto de Santa Isabel; e Grupamento A, perto de Marabá. Eram esse os 3 grupos efetivos, em que se presumiam 30 homens por grupamento, além de um comitê militar, comandado por Maurício Grabois.

“Genoino, aquele rapaz foi esquartejado!”
Peguei aquele papel e ainda comentei com ele: “Pô, meu amigo, tu és um cara importante desse negócio aí, hein?” E mandei o Genoíno para Xambioá, onde foi recolhido ao xadrez e, posteriormente, enviado a Brasília. Três ou quatro dias depois, não me lembro, veio a confirmação da identificação: o guerrilheiro Geraldo era o José Genoino Neto.

Triste notícia veio depois. O grupo do Genoíno prendeu um filho do Antônio Pereira, aquele senhor humilde, que morava nos confins da picada de Pará da Lama, a quilômetros de São Geraldo. O filho dele era um garoto de 17 anos, que eu não queria levar como guia, porque ao olhar para ele me lembrei do meu filho, que tinha a mesma idade. Eu dissera ao João: “Não quero levar o seu filho”. Eu sabia das implicações, ou já desconfiava. Mas o pobre coitado do rapaz nos seguiu durante uma manhã, das 5h até o meio-dia, quando encontramos os três nos aguardando para almoçar. Pois bem. Depois que nos retiramos, os companheiros do José Genoíno pegaram o rapaz e o esquartejaram.

Genoino, aquele rapaz foi esquartejado!

Toda a Xambioá sabe disso, todos os moradores de Xambioá sabem da vida do pobre coitado do Antônio Pereira, pai do João Pereira, e vocês nunca tiveram a coragem de pedir pelo menos uma desculpa por terem esquartejado o rapaz! Cortaram primeiro uma orelha, na frente da família, no pátio da casa do Antônio Pereira; cortaram a segunda orelha; o rapaz urrava de dor; a mãe desmaiou. Eles continuaram, cortaram os dedos, as mãos e, no final, deram a facada que matou João Pereira. Pois bem, eles fizeram isso apenas porque o rapaz nos acompanhou durante 6 horas. Para servir de exemplo aos outros moradores, de forma que não tivessem contato com o pessoal do Exército, das Forças Armadas.

Foi o crime mais hediondo de que já soube. Nem na Guerra da Coréia ou na do Vietnã fizeram isso. Algo parecido só encontrei quando trucidaram o Tenente PM Alberto Mendes Júnior. Esse Tenente PM se oferecera voluntariamente para substituir dois subordinados que estavam ferido, capturados pela guerrilha do Lamarca. Lamarca pegou o rapaz, castrou-o, obrigou-o a engolir os órgãos genitais e trucidou-o.

Pois o crime contra o João Pereira foi muito mais grave, muito mais horrendo. E eles sabem disso. Peçam desculpas ao Antônio Pereira, se ele estiver vivo! Tenham a coragem de reconhecer, pois toda a Xambioá sabe disso!

O discurso completo, com muito mais informação do que a aqui mostrada, pode ser lido aqui

Informações adicionais sobre o guerrilheiro e suas ações em: http://liciomaciel.wordpress.com/2013/11/15/os-crimes-de-genoino/