Por que o Prof. Olavo de Carvalho não discute questões teológicas?

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Fonte: Página do Prof. Olavo de Carvalho no Faceebook
Título: ND
Autor: Olavo de Carvalho
Disponível em: https://www.facebook.com/olavo.decarvalho/posts/10153020347532192?fref=nf
Acesso: 01 fev 2015

Vocês já devem ter reparado que evito discussões teológicas e raramente ou nunca recomendo livros de teologia. O motivo disso é muito simples. O material com que a filosofia lida é um universo em aberto, o campo inteiro da experiência sem limites, ao passo que a teologia tem como ponto de partida — e de chegada — as palavras da Revelação, que são definitivas. Em filosofia, você aprende experimentando perspectivas diversas, identificando-se com elas temporariamente e depois seguindo adiante, sem nenhum compromisso de chegar a conclusões, que às vezes não vêm mesmo. A teologia, ao contrário, não se constitui apenas de idéias que você tem hoje e pode abandonar amanhã; ela é o CONTEÚDO DA SUA FÉ, a “lex credendi” que determina o sentido da “lex orandi”. É absolutamente essencial que esse conteúdo seja permanente e imutável. O deus verdadeiro ou falso da sua teologia é o deus ao qual você ora, e é vital, é crucial que ele não seja um deus qualquer, mas sim O MESMO Deus ao qual os santos e mártires oraram. Isto não depende só de boas intenções subjetivas, mas do conteúdo objetivo da sua fé, isto é, da sua teologia. Qualquer controvérsia teológica, por mínima que seja, muda o conteúdo da sua fé e põe em risco, não uma conclusão filosófica, nem mesmo a sua mera orientação na vida, mas a salvação da sua alma. Por isso mesmo o fiel que é sábio e prudente se atém àquilo que na sua religião é ponto pacífico e incontroverso, repelindo QUALQUER novidade como um risco desnecessário, fútil, leviano e, no mais das vezes, uma tentação demoníaca. NINGUÉM jamais foi ao inferno por permanecer alheio a controvérsias teológicas, mas milhões de seres humanos estão lá por ter participado delas — e não me refiro apenas à participação ativa, mas à simples curiosidade de informar-se. Antes de abrir um livro de teologia, qualquer livro, não pergunte se esse livro “merece ser lido”, como se pergunta de um livro de filosofia, de política ou de ciências, mas se ler esse livro é ABSOLUTAMENTE ESSENCIAL para a salvação da sua alma. Se a resposta for “Não” ou “Não sei”, simplesmente NÃO LEIA.

O que estou dizendo não é uma opinião minha. É a doutrina da Igreja.


Atualização de 04/02/15

Fonte: Página do Prof. Olavo de Carvalho no Faceebook
Título: ND
Autor: Olavo de Carvalho
Disponível em: https://www.facebook.com/olavo.decarvalho/posts/10153023567457192?fref=nf
Acesso em: 04 fev 2015

A teologia não tem nenhuma finalidade puramente teórica, tem apenas uma finalidade prática: levar as pessoas para o céu. Se não serve a essa finalidade de maneira imediata, evidente e inegável, é inútil ou prejudicial. Em suma, a teologia só se torna um campo aberto à especulação quando perdeu por completo o senso da sua própria finalidade e se abriu a um tipo de curiosidade intelectual que caracteriza a filosofia e as ciências.


Fonte: Página do Prof. Olavo de Carvalho no Faceebook
Título: ND
Autor: Olavo de Carvalho
Disponível em: https://www.facebook.com/olavo.decarvalho/posts/10153023559672192?fref=nff
Acesso em: 04 fev 2015

Nenhum fiel católico precisa conhecer muita teologia. O que é preciso é que o pouquinho que ele conhece seja EXATO — coincida em gênero, número e grau com os dogmas da Igreja, porque senão ele vai orar para outro deus pensando que é o Deus da Igreja.


Meu comentário (01/02/2015):
Como sempre, o Professor Olavo expõe com clareza cristalina seus argumentos. Lembra muito a posição oficial das Testemunhas de Jeová e, na verdade, de todas as religiões.

Provavelmente ele está certo. E eu acho que entendo o que está subentendido no conselho dele. É só ver para onde o hodierno assassinato de Deus está conduzindo a humanidade. Em nenhum momento da história, a humanidade viveu sem seus deuses, como o futuro para onde a humanidade está se deixando levar.

Perto do prof. Olavo sou como um casebre no pântano ao lado de um palácio veneziano do Renascimento. Mesmo sabendo que devo estar errado, não concordo com a atitude que ele recomenda porque entendo que quando a mente levanta uma dúvida ela não deve ser sufocada por um “não questione”. O risco ao descobrirmos as respostas (ou acharmos que descobrimos) é grande mas, muito pior, é viver na dúvida.

No entanto, numa coisa ele está certissimo: mergulhar nas discussões teológicas é encarar a destruição de sua fé e se convidar para descer ao Inferno!