Dilema da direita: Responsabilidade X Derrotismo

Manifestação em Ipanema
Participação do povo carioca na única manifestação contra o governo Dilma feita na cidade (Pça. Gen Osório) em 6 de dezembro de 2014


A foto publicada tem meramente o caráter de ilustração!

É, também, uma denúncia contra o comodismo e o egotismo – ou será simplesmente analfabetismo político? – da população da cidade do Rio de Janeiro que sofre tanto quanto qualquer brasileiro com o Governo Federal, ou até mais, se considerarmos os incríveis, inacreditáveis, transtornos na mobilidade urbana provocados pelos delírios megalomaníacos de nosso ex-governador e seu atual prefeito, os quais se somam aos problemas criados pelo governo petista, comuns a todos os brasileiros.

Todo carioca reclama das dificuldades porque passa para se locomover, pagar suas contas e arrumar emprego na Cidade Maravilhosa, mas um número muito pequeno de pessoas, quase insignificante mesmo, se dispõe a pelo menos com sua presença, dar força aos movimentos de protesto que bravamente lutam para despertar o sentimento de indignação e revolta do alegre cidadão que é ” mora num ‘patropi’, é flamengo e tem uma nêga chamada Tereza”.

A mensagem a seguir é uma tentativa de alertar a quem se permitir ser alertado, para o fato de que temos que ir muito além da mera reclamação e dos comentários sobre o baixo nível da programação de TV e a desinformação de nossos jornais.


Para Pensar!

Fonte Facebook Página de Luciano Ayan
Disponível em: https://www.facebook.com/ceticismopolitico/posts/831854390208371?fref=nf
Acesso em: 20 jan 2015

O discurso desculpista de direita é baseado em determinados padrões de comportamento. Um dos mais bizarros é aquele que apresenta uma proposta petista, seguida pelo vislumbre de um futuro pavoroso, e do anúncio: “(x) é questão de tempo”.
Esse tipo de posicionamento é sempre uma manifestação do desculpismo.

Por uma perspectiva responsabilista a questão não é tempo, mas sim se deixamos ou não algo acontecer.
A constatação óbvia vem apenas de uma dinâmica: quando se fala em “questão de tempo”, esconde-se a responsabilidade de todos aqueles ao seu lado, mas quando se menciona “questão de responsabilidade nossa”, então reconhecemos nossa parcela de responsabilidade no resultado. Quem não aceita responsabilidade (nem mesmo a sua pequena parcela), tira da cartola a variável “tempo”.

Eu já disse mais de uma vez que a grande ameaça não era o Foro de São Paulo, mas uma doença que viralizou nos intelectuais orgânicos de direita do Brasil: a ingenuidade política.

Mas não é apenas a ingenuidade política o problema. O desculpismo político é outro fator doentio.

Observe ao seu redor quantos impulsos por desculpismos surgem por aí. Vemos a todo momento desabafos como “ah, não tem mais jeito” ou “ei, não adianta, desista”, que são verdadeiros mísseis teleguiados disparados contra nós… a partir de dentro.
As duas maiores lutas de nosso tempo são: responsabilistas X desculpistas, e conscientes X inconscientes no jogo político. A vitória do primeiro time contra o segundo, em ambos os casos, é suficiente para derrotar qualquer ameaça “maior”, inclusive o Foro de São Paulo.


Comentando:
Quantas vezes a gente se depara com a mensagem “os próximos seremos nós”. Seremos? Sim, seremos enquanto permanecermos em casa com os traseiros colados na poltrona ou nas praias apreciando a campanha de “Topless” em Ipanema!

1) O assassinato de chargistas, autores de um humor – em MINHA opinião- de péssimo gosto, em menos de 1 semana mobilizou a Europa inteira contra o terrorismo e a favor da Liberdade de Expressão, levando milhões de pessoas para as ruas em defesa da democracia ocidental.
2) Morre de maneira suspeita o procurador que no dia seguinte iria apresentar provas incriminando a Kirchner, e o povo argentino se mobiliza.

No Brasil, o Governo há 12 anos, a cada pronunciamento, a cada demonstração de solidariedade e de “indignação”, a cada decreto que publica, estupra as nossas mais íntimas e preciosas convicções e nós, o máximo que fazemos é escrever nas redes sociais que “seremos os próximos”?

Sim, nós corremos o seriíssimo risco de “sermos os próximos”, e com certeza seremos, se não resistirmos, se não nos indignaremos publicamente e se não nos mobilizarmos contra eles nas ruas.